David Byrne em Porto Alegre: pedalamos com o cantor do Parcão à Zona Sul

Via GaúchaZH

Jefferson Botega / RBS Agency

Por Jefferson Botega

David Byrne costuma conhecer as cidades por onde passa pedalando — e, em Porto Alegre, não foi diferente. A partir de um convite despretensioso que fiz ao astro, que se apresentará na noite desta quinta-feira (22) no Pepsi On Stage, Byrne topou passear pelos pontos turísticos da capital gaúcha em seu meio de transporte favorito.

De camiseta e bermuda pretas, ele chegou ao nosso ponto de encontro após os demais integrantes da banda. O percurso de 32 quilômetros, usando bicicletas de aluguel emprestadas pela Loop, teve início pela manhã no Parque Moinhos de Vento, o Parcão, e seguiu pela ciclovia da Vasco da Gama, passou pela Redenção e chegou à orla. O trajeto era interrompido para que Byrne fizesse fotos com o celular e perguntasse sobre arquitetura e cultura locais.

No "coco moment", apelido dado pelo músico à parada para beber água de coco diante do Guaíba, questionou exemplos de construções contemporâneas na cidade. O professor de Arquitetura da UFRGS Daniel Pitta, que é seu fã e pedalou conosco, citou a Fundação Iberê Camargo, que avistávamos de longe. Seria nosso próximo destino, mas antes o músico quis fotografar o simbólico prédio do Centro Administrativo.

Já em frente ao Iberê, Pitta explicou o processo de concepção feito pelo arquiteto português Álvaro Siza, e Byrne comparou o prédio do bairro Cristal com o museu Guggenheim, de Nova York. De lá, seguimos para o local onde ficava o Timbuka, na Vila Assunção, onde apreciamos um pouco mais a orla. No caminho, ele prestava atenção em coisas singelas, como a quantidade de vegetação. Fotografou mamonas, pássaros e até mato.

Perguntamos se ele continuava usando a bicicleta em Nova York. E o morador de Manhattan disse que diariamente.

— Mesmo no inverno? — provoquei.

— Desde que não esteja nevando e o piso não esteja congelado — respondeu.

O ritmo do escocês de 65 anos é de quem está acostumado ao pedal mesmo. O retorno foi acelerado, já que os músicos precisavam passar o som às 15h, mas ainda assim com novas paradas para fotos e um segundo "coco moment". Byrne achou a cidade "pedalável", mas observou:

— Desde que andemos sobre a faixa vermelha (ciclovia). Fora dela, parece que é preciso ter cuidado.

De volta ao hotel, o vocalista agradeceu e elogiou o passeio. Mal sabe ele que a honra de conhecer o artista fora dos palcos foi toda nossa.

Jefferson Botega / RBS Agency

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Mateus Bruxel / RBS Agency

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